29/09/2010

QUANDO O GOVERNO ERRA O POVO É QUE PAGA

Afonso Costa da III República anunciando a nova peça "QUANDO O GOVERNO ERRA O POVO É QUE PAGA", a estrear em Outubro no Teatro de São Bento!
A peça agora anunciada permanecerá em cena durante todo o ano de 2011, havendo a hipótese de reposição em 2012 e anos seguintes, depois de garantidos os patrocínios e os apoios à produção!
Na apresentação, Afonso Costa afirmou, categoricamente, que estava desde já assegurado o apoio financeiro do Zé Povinho!
A VER VAMOS QUAL VAI SER A ADESÃO AO PROJECTO!



A VERDADE ACIMA DE TUDO - A FASE OCULTA DA REPÚBLICA


DADA A IMPORTÂNCIA E OPORTUNIDADE DO TEMA DIVULGA-SE A SEGUIR A ENTREVISTA DO DESTAK AO HISTORIADOR RUI RAMOS, DA EDIÇÃO DE 28 DE SETEMBRO






Entrevista Rui Ramos
Contra o branqueamento do 5 de Outubro
29 09 2010 08.13H



Um dos nossos mais prestigiados historiadores, especialista na história política portuguesa do fim das guerras liberais à consolidação do Estado Novo, tem levantado a voz contra «a forma como nos andam a vender o regime saído do 5 de Outubro». «Ao arrepio de toda a investigação histórica», acusa. Ao Destak, explica o que foi a I República e como não há razões nenhumas para celebrar a traição do verdadeiro ideal de república.

Isabel Stilwell editorial@destak.pt

As suas posições sobre as comemorações do 5 de Outubro de 1910 têm sido polémicas. Acha que estão a branquear os factos?

O que é polémico não são o que chama «as minhas posições», mas a forma como nos andam a vender o regime saído do 5 de Outubro. Imagine que alguém falava do Salazar mencionando apenas as barragens, o abono de família, a neutralidade na segunda guerra mundial, sem jamais referir a PIDE, a censura, a guerra colonial. Está a imaginar a gritaria que já não iria para aí? Pois é o que temos visto sobre o domínio da vida pública portuguesa pelo Partido Republicano depois de 1910: nada sobre a retirada do direito de voto à maioria da população, nada sobre a negação do direito de voto às mulheres, nada sobre o "empastelamento" e apreensão dos jornais, nada sobre a política de genocídio no sul de Angola, e o menos possível sobre a perseguição ao clero e aos sindicatos. É esse branqueamento, ao arrepio de toda a investigação histórica, que é polémico. Porque a verdade é que se voltássemos aos tempos de Afonso Costa, a maioria dos portugueses de hoje teria um choque tão grande como se voltássemos aos tempos de Salazar.

O que era a monarquia constitucional?


A monarquia constitucional, governada pelos liberais, foi o regime político que nos últimos 200 anos mais tempo durou em Portugal, e não por acaso. Os liberais conseguiram um equilíbrio de correntes políticas que ressalvou o pluralismo e a liberdade e extinguiu a violência política, alargou a participação eleitoral dos cidadãos ao mais alto nível antes de 1975, e criou condições para períodos de grande prosperidade. Mas atenção: a governação liberal não instalou uma democracia, não conseguiu resolver o problema do desenvolvimento sustentado a longo prazo, gerou desequilíbrios financeiros graves e no fim tinha entrado numa crise política aparentemente sem remédio. Se devemos criticar o branqueamento da república, não devemos omitir os impasses a que chegara o regime anterior.

A situação política antes do 5 de Outubro era complicada. A monarquia foi boicotada pelos próprios monárquicos?

Não havia monárquicos. A chamada monarquia era governada por políticos que se classificavam a si próprios como "liberais", e raramente como "monárquicos". Os liberais eram "republicanos teóricos", isto é, consideravam a república a melhor forma de regime, e só aceitavam a monarquia provisoriamente, porque pensavam que os portugueses ainda não estavam suficientemente instruídos para se governarem a si próprios. A monarquia era apenas um expediente, até ver. Por isso, os liberais nunca cultivaram qualquer espécie de fidelidade à dinastia. Pelo contrário. Aqueles a quem as opções do rei desagradavam habituaram-se a atacá-lo e a ameaçá-lo com uma revolução. Em 1910, tudo isso tinha chegado a um ponto extremo. Os políticos detestavam D. Manuel e a rainha D. Amélia. Repare: quando os republicanos avançam, ninguém de facto defende a monarquia.

O Partido Republicano tinha lugar nas Cortes e concorria a eleições livres. O 5 de Outubro foi um golpe de Estado?

Foi uma sublevação militar, apoiada por civis, que só pode ser compreendida no contexto da crise da monarquia constitucional no ano de 1910. Em Junho desse ano, o rei D. Manuel tinha concedido o governo à esquerda liberal. Isso irritou a direita conservadora, que se divorciou do regime. Alguns republicanos decidiram apoiar o governo contra os conservadores; outros, porém, viram uma oportunidade para derrubar o regime, já que sabiam que a direita conservadora não defenderia a monarquia. Foi o que aconteceu. Os republicanos não derrubaram um regime próspero e estável. O que verdadeiramente fizeram, em 5 de Outubro, foi preencher um vazio de poder. Nesse momento, ninguém estava certo do tipo de república que viria. Havia quem esperasse um regime tolerante.

A facção que ficou no poder era a mais radical?

Aquilo a que é costume chamar I República corresponde ao domínio do País pelos militantes do chamado Partido Republicano. Depois de tomar o poder, em 1910, esse partido dividiu-se no ano seguinte e, a pouco e pouco, o novo regime passou a ser hegemonizado pela facção dirigida por Afonso Costa. O problema da república esteve nesta hegemonia. Aquilo que tornou o regime odioso para muitos esteve no monopólio do poder por um partido que excluía e perseguia todos os outros da maneira mais violenta. Essa política de sectarismo brutal de Afonso Costa e do seu partido não teve só a Igreja ou os defensores de uma restauração da monarquia como vítimas, mas também o movimento sindical e sobretudo os outros republicanos. Muitos republicanos, na chamada "direita republicana", acreditavam que era possível e necessário fazer outro tipo de república, aberta a todos os portugueses. Era o caso, por exemplo, do primeiro Presidente da República, Manuel de Arriaga, um homem decente, obrigado a resignar o mandato e enxovalhado. É importante lembrar que entre os republicanos que mais combateram Afonso Costa e o seu partido estiveram precisamente os que fizeram o 5 de Outubro: Machado Santos, o herói da Rotunda, e José Carlos da Maia, que comandou a tomada do couraçado D. Carlos. Por causa disso, foram assassinados na "noite sangrenta" de 19 de Outubro de 1921.

Diz que, se o que se pretende celebrar é o ideal de República, se escolheu a data errada. Porquê?

Porque o ideal da república não começou com o 5 de Outubro nem se reduz ao Partido Republicano, nem a haver um chefe de Estado eleito. Pelo contrário: em muitos aspectos fundamentais, o domínio do Partido Republicano foi a negação completa desse ideal.

O primeiro-ministro vai inaugurar nesse dia 100 escolas - a educação é, de facto, a bandeira da I República?

A assimilação entre a educação e o monopólio do poder pelo Partido Republicano não faz sentido. Todos os regimes dos últimos 200 anos quiseram escolarizar os portugueses. O Partido Republicano distinguiu-se por ter sido o que menos fez por isso. Não por qualquer intenção obscurantista, mas porque não teve meios para grandes investimentos públicos. A sua grande bandeira, depois do anti-clericalismo, foi a ortodoxia financeira. Para além de Salazar, Afonso Costa foi o único governante português do século XX a apresentar um orçamento sem défice. A melhor maneira de o primeiro-ministro celebrar a hegemonia sectária e intolerante do Partido Republicano, se é isso que quer, seria com um orçamento fortemente restritivo, à Afonso Costa.

Defende que quando se percebeu que a I República não tinha nada que ver com a democracia pós-25 de Abril, isso cortou as pernas às comemorações. Acha que as pessoas perceberam isso, ou que simplesmente estão com a cabeça na crise?

Provavelmente, tudo isso. Por um lado, todos viram esta coisa aberrante que é estarmos a celebrar como exemplo e inspiração para o futuro um regime de exclusivismo partidário que, quando as pessoas começaram a ler coisas sobre a época percebem que é estranho a princípios básicos do regime actual. Por outro lado, creio que todos sentimos, da parte dos mais exaltados manipuladores do centenário, um mau hálito sectário, a que já não estávamos habituados: para alguns deles, basta alguém expor o que honesta e rigorosamente investigou sobre uma época histórica para o acusarem de "fascista", "monárquico", "clerical" e não sei que mais crimes e pecados mortais. A comemoração está a ser explorada por aqueles que querem substituir o sistema científico de debate por um regime de suspeição política, de caça às bruxas, de agressão pessoal. Isso acabou por tornar toda esta celebração bafienta e antipática. É como descer a uma cave há muito tempo fechada e sem ventilação, onde só vivem coisas que se dão bem com o bolor e a podridão.

Mas, então, quem é que acredita estar tão interessado em comemorar a I República?

As esquerdas no século XX foram quem pior disse da I República. Enquanto foram marxistas, trataram os velhos republicanos como burgueses ou "pequeno-burgueses", que se tinham distraído com perseguições à Igreja e até combatido a "classe operária", em vez de destruírem o capitalismo e implantarem o socialismo em Portugal. Só depois de terem deixado de ser marxistas, com o fracasso das ditaduras comunistas na Europa, é que importaram a política de guerra cultural da América do Norte. Foi por essa via que descobriram uma admiração pelo sectarismo anticlerical dos republicanos radicais de 1910. Os mais facciosos estão a tentar perverter as comemorações no sentido de identificar a actual democracia com essa tradição velha e já morta, de modo a poderem tratar como marginais e sob suspeita todos aqueles que, por vários motivos, não estão dispostos a dar vivas ao defunto.

A rainha D. Amélia e muitos com ela argumentavam que o povo não queria a República, que lhes foi imposta. Fazia sentido um referendo?

O "povo" em Portugal nunca foi e não é único. Havia povo que queria a República, e até a República que existiu, e havia povo que não queria. Temos de nos habituar à ideia de que vivemos num país plural, que os portugueses com direito a Portugal não são só aqueles que pensam como nós. Esta comemoração revelou que esse simples princípio de decência e respeito ainda não iluminou algumas cabeças mais primitivas. Mas, atenção: o actual regime democrático nada tem a ver, felizmente, com o domínio exclusivista e repressor do Partido Republicano. É mesmo o contrário daquilo que existiu em Portugal nesse tempo. Nós hoje vivemos em democracia, o sufrágio é universal, as eleições são livres, há rotação no poder por via eleitoral, etc. Creio que isso é o mais importante para a maioria dos cidadãos.



FICAM AQUI OS AGRADECIMENTOS AO HISTORIADOR RUI RAMOS PELA LUCIDEZ E OBJECTIVIDADE E AO DESTAK PELA CORAGEM E OPORTUNIDADE!

28/09/2009

O País está doente - o Masoquismo instalou-se em Portugal

É caso para dizer - "QUANTO MAIS ME BATES MAIS GOSTO DE TI"!

Só há uma solução - Um Processo de Reengenharia ou de Reciclagem Política que transforme radicalmente o espectro político nacional num todo credível e responsável, onde os resultados eleitorais consubstanciem ou possibilitem legitimidades autênticas de governação.

A mediocridade e os projectos pessoais de governação ligados às máquinas partidárias, têm vindo a afastar sucessivamente a massa cinzenta criativa e empreendedora do país, provocando o descrédito do eleitorado no sistema político vigente e nos agentes partidários que o alimentam.

Basta de chuchialistas e sadomasoquistas!!!!!!!

O conformismo latente na sociedade portuguesa, não joga bem com o descontentamento e a desilusão que se sente em todo o lado mas que não se ouve a viva voz. Fazer ouvidos de mercador ou fazer de conta que nada se passa só pode aumentar a onda silenciosa de insatisfação, pronta a entrar em acção sabe-se lá quando e ao serviço de que causas.

Não julguem que são fantasmas ou teorias da conspiração, são meras realidades que não convem menosprezar.

Aqui fica o aviso para os politiqueiros incautos, sejam eles chuchialistas ou sadomasoquistas!
Vitória com Sabor Amargo



Acabou Governo em Roda Livre






A governação espectáculo mirrou. O Cordeiro Sócrates vai, finalmente, pôr à prova a sua habilidade política e iniciar um novo estilo que muito adora - dialogar e construir consensos com as restantes forças políticas. A nova composição parlamentar e as posturas políticas das forças em presença, não vão facilitar as coisas ao partido chuchialista, entalado entre a vontade de manter teimosamente as suas idiotices políticas e a necessidade imperiosa, se pretende governar com estabilidade, de ceder ou agradar à esquerda e à direita, num vai e vem que mais parecerá o sobe e desce amoroso da girafa e do macaco.



Uma coisa é certa, começou a descida em tubogan da política porreiral chuchialista e do emprego para os amigalhaços famintos. Sem maioria absoluta, vai ser muito difícil ao Cordeiro Sócrates manter ou continuar a defender um absurdo esbanjamento de dinheiros públicos e a promoção de uma política de espectáculo e de obras de fachada, sem provocar brechas irreparáveis no seu caminho político.



Os constantes apelos à tranquilidade do maestro chuchialista não lhe retiram a total responsabilidade de trabalhar na procura de consensos e de acordos que lhe permitam governar com estabilidade e diálogo de verdade, sem arrogância e teimosia, para bem de todos os portugueses e de Portugal.



25/09/2009



Lobo travestido de Ministro Vieira da Silva - Mais um Pivot de Fila de Sócrates na verborreia PS de Escárneo e Maldizer.
Será que já toda a gente se esqueceu dos quatro anos de mentira e arrogância destes propagandistas da mediocridade?
A ver vamos...!






23/09/2009

O Zé Povinho não esquece as palmadas constantes nos últimos quatro anos








Os Vómitos de José Junqueiro


José Junqueiro, mais uma vez no seu melhor, enquanto especialista em bacoradas políticas, demonstrativas da sua postura de defensor do seu dono, a todo o custo. De facto, se vale tudo para defender o seu dono e o seu poleiro político, a sua última verborreia, só mostra a sua total falta de imaginação e pior ainda, a sua inigualável incapacidade política de se impor pelos seus dotes de oratória (inexistentes) para apresentação da sua contribuição para o bem do país (nem em sonhos) enquanto correlegionário e mandarete do propagandista José Sócrates.
O desespero instalou-se nas hostes do PS e nas cabeças de todos os seus apaniguados, ao vislumbrar-se o fim da panelinha gigante.
A Voz do Abade não pode deixar de dar a mão a este paroquiano a caminho da perdição - "... tranquilidade, muita oração e muito arrependimento e uma dádiva regular a todos os irmãos que fiquem desempregados a partir de Outubro"!

10/09/2009

É UM POUCO EXTENSO, MAS VALE A PENA LER. É ESTA A REALIDADE EM QUE
VIVEMOS. ESTÁ BRILHANTEMENTE REDIGIDO.

Não podia ser mais verdade!!!
Bem-haja a quem não tem medo de ver e muito menos de dizer a verdade.
Leiam este texto escrito por um professor de filosofia que escreve semanalmente
para o jornal O Torrejano.

Tudo o que ele diz, é tristemente verdadeiro.

O atestado médico por José Ricardo Costa

Imagine o meu caro que é professor, que é dia de exame do 12º ano e vai ter de fazer
uma vigilância. Continue a imaginar. O despertador avariou durante a noite. Ou fica
preso no elevador. Ou o seu filho, já à porta do infantário, vomitou o quente,
pastoso, húmido e fétido pequeno-almoço em cima da sua imaculada camisa.
Teve, portanto, de faltar à vigilância. Tem falta. Ora esta coisa de um professor ficar
com faltas injustificadas é complicada, por isso convém justificá-la. A questão agora é:
como justificá-la?
Passemos então à parte divertida. A única justificação para o facto de ficar preso no
elevador, do despertador avariar ou de não poder ir para uma sala do exame com a
camisa vomitada, ababalhada e malcheirosa, é um atestado médico. Qualquer pessoa
com um pouco de bom senso percebe que quem precisa aqui do atestado médico
será o despertador ou o elevador. Mas não. Só uma doença poderá justificar sua
ausência na sala do exame. Vai ao médico. E, a partir deste momento, a situação
deixa de ser divertida para passar a ser hilariante.
Chega-se ao médico com o ar mais saudável deste mundo. Enfim, com o sorriso de
Jorge Gabriel misturado com o ar rosado do Gabriel Alves e a felicidade do padre
Melícias. A partir deste momento mágico, gera-se um fenómeno que só pode ser
explicado através de noções básicas da psicopatologia da vida quotidiana. Os mesmos
que explicam uma hipnose colectiva em Felgueiras, o holocausto nazi ou o sucesso da
TVI.
O professor sabe que não está doente. O médico sabe que ele não está doente. O
presidente do executivo sabe que ele não está doente. O director regional sabe que
ele não está doente. O Ministério da Educação sabe que ele não está doente.
O próprio legislador, que manda a um professor que fica preso no elevador
apresentar um atestado médico, também sabe que o professor não está doente.
Ora, num país em que isto acontece, para além do despertador que não toca, do
elevador parado e da camisa vomitada, é o próprio país que está doente.
Um país assim, onde a mentira é legislada, só pode mesmo ser um país doente.
Vamos lá ver, a mentira em si não é patológica. Até pode ser racional, útil e eficaz em
certas ocasiões. O que já será patológico é o desejo que temos de sermos enganados
ou a capacidade para fingirmos que a mentira é verdade.
Lá nesse aspecto somos um bom exemplo do que dizia Goebbels: uma mentira várias
vezes repetida transforma-se numa verdade. Já Aristóteles percebia uma coisa muito
engraçada: quando vamos ao teatro, vamos com o desejo e uma predisposição para
sermos enganados.
Mas isso é normal. Sabemos bem, depois de termos chorado baba e ranho a ver o
'ET', que este é um boneco e que temos de poupar a baba e o ranho para outras
ocasiões. O problema é que em Portugal a ficção se confunde com a realidade.
Portugal é ele próprio uma produção fictícia, provavelmente mesmo desde D.Afonso
Henriques, que Deus me perdoe.
A começar pela política. Os nossos políticos são descaradamente mentirosos. Só que
ninguém leva a mal porque já estamos habituados.
Aliás, em Portugal é-se penalizado por falar verdade, mesmo que seja por boas
razões, o que significa que em Portugal não há boas razões para falar verdade. Se eu,
num ambiente formal, disser a uma pessoa que tem uma nódoa na camisa, ela irá
levar a mal.
Fica ofendida se eu digo isso é para a ajudar, para que possa disfarçar a nódoa e não
fazer má figura. Mas ela fica zangada comigo só porque eu vi a nódoa, sabe que eu
sei que tem a nódoa e porque assumi perante ela que sei que tem a nódoa e que sei
que ela sabe que eu sei.
Nós, portugueses, adoramos viver enganados, iludidos e achamos normal que assim
seja. Por exemplo, lemos revistas sociais e ficamos derretidos (não falo do cérebro,
mas de um plano emocional) ao vermos casais felicíssimos e com vidas de sonho.
Pronto, sabemos que aquilo é tudo mentira, que muitos deles divorciam-se ao fim de
três meses e que outros vivem um alcoolismo disfarçado. Mas adoramos fingir que
aquilo é tudo verdade.
Somos pobres, mas vivemos como os alemães e os franceses. Somos ignorantes e
culturalmente miseráveis, mas somos doutores e engenheiros. Fazemos
malabarismos e contorcionismos financeiros, mas vamos passar férias a Fortaleza.
Fazemos estádios caríssimos para dois ou três jogos em 15 dias, temos auto-estradas
modernas e europeias, mas para ver passar, a seu lado, entulho, lixo, mato por
limpar, eucaliptos, floresta queimada, barracões com chapas de zinco, casas
horríveis e fábricas desactivadas.
Portugal mente compulsivamente. Mente perante si próprio e mente perante o
mundo.
Claro que não é um professor que falta à vigilância de um exame por ficar preso no
elevador que precisa de um atestado médico. É Portugal que precisa, antes que
comece a vomitar sobre si próprio.
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URGE MUDAR ESTE ESTADO DE COISAS.
ESTÁ NA SUA MÃO, NA MINHA E DAQUELES A QUEM A MENSAGEM CHEGAR!

08/09/2009

Com tantas verborreias e promessas falsas, Senhor Eng. (???) José Sócrates, faça um favor ao povo português - vá-se embora e leve consigo os agentes da mediocridade, da má prática política e do esbanjamento dos dinheiros públicos (que pululam nos Ministérios e Instituições Públicas).


Ficará eternamente conhecido como o Pinóquio da Política ou o Sisudo da Asfixia.




Interroguem os funcionários públicos que não são cor-de-rosa e verão se há ou não há asfixia política em Portugal Continental.


Os bons exemplos têm de vir de cima. Não prometa o que não cumpriu no passado recente. Como diz o povo - "De promessas está o inferno cheio".


As Eleições aproximam-se e vislumbra-se o fim do pesadelo, da casmurrice política, das promessas vãs. E não se preocupem os humanistas e modernistas da politiquice, porque para os Sem Abrigo da Politiquice há sempre um lugar na mesa de uma qualquer empresa sugadora do biberão dos dinheiros públicos!
E a vida do país continua... Até quando?!?!?

04/12/2007



Sócrates o Ditador

por

António Barreto



A saída de António Costa para a Câmara de Lisboa pode ser interpretada de muitas maneiras.

Mas, se as intenções podem ser interessantes, os resultados é que contam.

Entre estes, está o facto de o candidato à Autarquia se ter afastado do Governo e do Partido, o que deixa Sócrates praticamente sozinho à frente de um e de outro.

Único senhor a bordo tem um mestre e uma inspiração.

Com Guterres, o primeiro-ministro aprendeu a ambição pessoal, mas, contra ele, percebeu que a indecisão pode ser fatal, ao ponto de, com zelo, se exceder:

Prefere decidir mal, mas rapidamente, do que adiar para estudar.

Em Cavaco, colheu o desdém pelo seu partido.

Com os dois e com a sua própria intuição autoritária, compreendeu que se pode governar sem políticos.

Onde estão os políticos socialistas?

Aqueles que conhecemos, cujas ideias pesaram alguma coisa e que são responsáveis pelo seu passado?

Uns saneados, outros afastados.

Uns reformaram-se da política, outros foram encostados.

Uns foram promovidos ao céu, outros mudaram de profissão.

Uns foram viajar, outros ganhar dinheiro.

Uns desapareceram sem deixar vestígios, outros estão empregados nas empresas que dependem do Governo.

Manuel Alegre resiste, mas já não conta.

Medeiros Ferreira ensina e escreve.

Jaime Gama preside sem poderes.

João Cravinho emigrou.

Jorge Coelho está a milhas de distância e vai dizendo, sem convicção, que o socialismo ainda existe.

António Vitorino, eterno desejado, exerce a sua profissão.

Almeida Santos justifica tudo.

Freitas do Amaral reformou-se.

Alberto Martins apagou-se.

Mário Soares ocupa-se da globalização.

Carlos César limitou-se definitivamente aos Açores.

João Soares espera.

Helena Roseta foi à sua vida independente.

Os grandes autarcas do partido estão reduzidos à insignificância.

O Grupo Parlamentar parece um jardim-escola sedado.

Os sindicalistas quase não existem.

O actual pensamento dos socialistas resume-se a uma lengalenga pragmática, justificativa e repetitiva sobre a inevitabilidade do governo e da luta contra o défice.

O ideário contemporâneo dos socialistas portugueses é mais silencioso do que a meditação budista.

Ainda por cima, Sócrates percebeu depressa que nunca o sentimento público esteve, como hoje, tão adverso e tão farto da política e dos políticos.

Sem hesitar, apanhou a onda.

Desengane-se quem pensa que as gafes dos ministros incomodam Sócrates.

Não mais do que picadas de mosquito. As gafes entretêm a opinião, mobilizam a imprensa, distraem a oposição e ocupam o Parlamento.

Mas nada de essencial está em causa.

Os disparates de Manuel Pinho fazem rir toda a gente.

As tontarias e a prestidigitação estatística de Mário Lino é pura diversão.

Não se pense que a irrelevância da maior parte dos ministros, que nada têm a dizer para além dos seus assuntos técnicos, perturba o primeiro-ministro.

É assim que ele os quer, como se fossem directores-gerais.

«Só o problema da Universidade Independente e dos seus diplomas o incomodou realmente.
Mas tratava-se, politicamente, de uma questão menor.

Percebeu que as suas fragilidades podiam ser expostas e que nem tudo estava sob controlo.
Mas nada de semelhante se repetirá.

O estilo de Sócrates consolida-se. Autoritário, Crispado, Despótico, Irritado, Enervado, Detestando ser contrariado.

Não admite perguntas que não estavam previstas ou antes combinadas.

Pretende saber, sobre as pessoas, o que há para saber.

Tem os seus sermões preparados todos os dias.

Só ele faz política, ajudado por uma máquina poderosa de recolha de informações, de manipulação da imprensa, de propaganda e de encenação.

O verdadeiro Sócrates está presente nos novos bilhetes de identidade, nas tentativas de Augusto Santos Silva de tutelar a imprensa livre, na teimosia descabelada de Mário Lino, na concentração das polícias sob seu mando e no processo que o Ministério da Educação abriu contra um funcionário que se exprimiu em privado.

O estilo de Sócrates está vivo, por inteiro, no ambiente que se vive, feito já de medo e apreensão.
A austeridade administrativa e orçamental ameaça a tranquilidade de cidadãos que sentem que a sua liberdade de expressão pode ser onerosa.

A imprensa sabe o que tem de pagar para aceder à informação.

As empresas conhecem as iras do Governo e fazem as contas ao que têm de fazer para ter acesso aos fundos e às autorizações.

Sem partido que o incomode, sem ministros politicamente competentes e sem oposição à altura, Sócrates trata de si.

Rodeado de adjuntos dispostos a tudo e com a benevolência de alguns interesses económicos, Sócrates governa.

Com uma maioria dócil, uma oposição desorientada e um rol de secretários de Estado zelosos, ocupa eficientemente, como nunca nas últimas décadas, a Administração Pública e os cargos dirigentes do Estado.

Nomeia e saneia a bel-prazer.

Há quem diga que o vamos ter durante mais uns anos.

É possível.

Mas não é boa notícia. É sinal da impotência da oposição. De incompetência da sociedade. De fraqueza das organizações. E da falta de carinho dos portugueses pela liberdade.


Foi assim que António Barreto fez o retrato de Sócrates